15 de julho de 2007

Biografia de Pe.Cícero

Cícero Romão Batista, o padre Cícero do Juazeiro
(1844 - 1934)
Padre místico brasileiro nascido no Crato, CE, cuja fama de messianista vai do Amazonas à Bahia e é considerado santo e profeta infalível dentro do quadro geral das manifestações religiosas no Nordeste brasileiro. Ordenado (1870), em abril (1872) fixou-se como pároco em Juazeiro do Norte, onde desde o início do ministério, dedicou-se a um apostolado de tendências místicas. Começaram a circular notícias de seus milagres (1891) e a afluir à Juazeiro romarias de nordestinos pobres, vindos de todo o Ceará e dos estados vizinhos, alguns dos quais ofereciam animais, jóias e até propriedades. Acusado de heresia, o padre foi suspenso das ordens religiosas (1897) e, posteriormente, enviado a Roma, para se explicar. Confirmada a suspensão (1908), regressou a Juazeiro, porém, a polêmica do processo só contribuiu para aumentar sua fama. Nesse mesmo ano chegou à povoação um médico do sertão baiano, Floro Bartolomeu da Costa, que formou uma oportunista aliança política com o padre. Juazeiro que era apenas uma vila de 300 habitantes (1870), graças ao fluxo de romeiros, tornou-se importante centro artesanal e o distrito foi elevado a município (1911), com o padre como prefeito. Este presidiu, então, um pacto de coronéis da região em apoio ao governador do Ceará, Antônio Pinto Nogueira Acióli. Em janeiro do ano seguinte, Acióli foi derrubado e sucedido pelo coronel Marcos Franco Rabelo, como parte do movimento, contra as oligarquias nordestinas, chamado salvações. Rabelo exonerou o padre das funções de prefeito, porém Floro Bartolomeu, seu aliado, com apoio do governo federal comandou um ataque fatal ao quartel da força pública de Juazeiro, em 9 de dezembro (1913) e, vencedor, praticamente se auto nomeou presidente temporário do sul do estado, dando início ao movimento armado denominado de guerra dos jagunços. O exército de jagunços, formado por cangaceiros e romeiros, repeliu os ataques da força oficial e ainda partiu para Fortaleza, saqueando as cidades pelo caminho. Em março (1914) o governo federal decretou a intervenção no estado e destituiu o governador Rabelo, acabando com guerra. Ainda na política elegeu-se sucessivamente vice-governador e deputado federal, e só não foi governador porque não quis afastar-se de Juazeiro, que já contava com mais de trinta mil habitantes e tornara-se a segunda cidade do sertão do Cariri, depois do Crato. Seu declínio político veio com a decadência do cangaço, inclusive o próprio Lampião visitou-o mais de uma vez e o venerava, sobretudo após a revolução (1930) e confirmando-se com a derrota de seu candidato nas eleições para a Assembléia Constituinte (1933). Independente de sua importância religiosa o Padim Ciço do Juazeiro foi o maior proprietário de terras do Cariri cearense e o mais importante coronel da oligarquia local. Morreu em Juazeiro em 20 de julho (1934).

In: www.dec.ufcg.edu.br/biografias/CiceroRo.html

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Colegas do Blog;
Sou do crato e faz tempo que eu não ando por lá. Gostaria de saber de vcs porque chamam de cratinho de açucar (a origem disso). Abraços!!!
Lenini Lavor

Anônimo disse...

a vida de Padre Cicero é muito cheia de fatos marcantes.Pra uns ele é santo,pra outros vilão,Mas a verdade é que ele é santo para os nordestinos,que a cada ano renovam sua fé,buscando alcançar promessas através do intermédio de Padim.Pe Cícero Romão Batista na verdade foi e será um grande religioso,que nunca abandonou sua gente nos piores momentos.Um guerreiro que lutou em vida por seus ideais.

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